Entrevista com Rafael Rossi (Psicólogo)

Por: Rafael Rossi
Por: Rafael Rossi

Psicólogo

Entrevista com o Psicólogo Rafael Rossi, criador do site Vício em Pornografia Como Parar e do Programa Revert

Com mais de 2 milhões de acessos e 10 mil membros no fórum, o site Vício em Pornografia Como Parar é o principal portal em língua portuguesa sobre o tema do Vício em Pornografia. Nesta entrevista conversamos com o criador do site, o psicólogo Rafael Rossi, que também é o criador do Programa Revert, um programa de referência no Brasil em reversão do vício em pornografia.

(*originalmente publicada na revista Meu Equilíbrio).

 

Pergunta: De onde surgiu a ideia de criar um site sobre o Vício em masturbação e Pornografia?

 Rafael Rossi: Da constatação de que existiam poucas informações sérias e materiais realmente úteis, com abordagens e estudos científicos sobre o tema do vício em pornografia em língua portuguesa.

Em 2014 quando criamos o site, abundavam sites que falavam sobre “os malefícios da pornografia”, “o quanto ela poderia ser danosa para as nossas vidas”, “como o vício se instalava”, “quantas pessoas sofriam deste mal”, “como o número de viciados crescia ano após ano”, “como era difícil parar”, etc.

Porém, nunca nenhum site, artigo ou texto dava a atenção correta em relação à cura ou apontava para a real solução do problema.

Nenhum site dava o “como” parar ou o que fazer exatamente para parar com o hábito de ver pornografia ou acessar sites pornográficos. Por isso o nome: Vício em Pornografia Como Parar?

 

Pergunta: Como a pornografia pode ser considerada um vício do ponto de vista cientifico?

 Rafael Rossi: Os neurocientistas que estudam os efeitos do vício no cérebro há anos, não têm a menor dúvida de que tanto vícios comportamentais, como vício em pornografia e comida, por exemplo, possuem o mesmo efeito no cérebro que vícios em produtos químicos, como álcool e drogas.

Pior do que isso: na verdade, os seres humanos estão muito mais propensos a se viciar em jogos de azar, comida e pornografia do que em drogas.

A razão do porquê podemos nos tornar mais viciados em comida e sexo, mesmo que não sejamos propensos a vícios, está no fato de que o circuito de recompensas do nosso cérebro nos estimula a procurar por sexo e comida e não necessariamente por drogas.

Isso ocorre porque diferente das drogas ou outras substancias artificiais, sexo e comida são estímulos dos quais dependem a nossa sobrevivência, daí o fato de eles terem se tornado a prioridade nº1 dos nossos genes.

Em suma, não se trata de um problema de caráter ou falta de força de vontade de uma pessoa e sim de um problema genético e evolutivo.

Isso é tão verdade, que a obesidade é uma epidemia que se alastra pelo mundo. Atualmente, 70% dos adultos americanos estão acima do peso e 35% estão obesos. E a pornografia é de longe o conteúdo mais consumido na internet. 25% de toda a internet de hoje é pornografia e esse número só aumenta.

 

Pergunta: Quando uma pessoa realmente percebe que o seu consumo de pornografia se tornou um vício?

 Rafael Rossi: Como muitos dos sintomas do vício em pornografia demoram anos, às vezes décadas, para aparecerem, as pessoas em geral também demoram bastante para se darem conta de que estão realmente viciadas.

No início, é comum elas apenas não se sentirem muito confortáveis com alguns conteúdos que consomem, e desejarem parar apenas por motivos morais, religiosos ou ideológicos.

Elas passam a enxergar a pornografia como negativa do ponto de vista da saúde apenas quando percebem que não conseguem mais parar por conta própria ou quando avançam para gêneros pornográficos cada vez mais extremos, mesmo sem a vontade delas.

Geralmente o ponto chave que as faz buscarem ajuda mais seriamente é quando elas passam a apresentar sintomas de disfunção erétil muito cedo na vida (adolescentes, por exemplo, que não deveriam ter esses sintomas) ou então quando desenvolvem alguns dos vários sintomas induzidos mais graves como perda de interesse por sexo real, diminuição da libido, ejaculação retardada, ou mesmo o desenvolvimento de algumas parafilias mais graves.

 

Pergunta: Quanto uma pessoa deve assistir de pornografia para ser considerada viciada?

 Rafael Rossi: O diagnóstico de vício não está relacionado necessariamente a quantidade de horas que uma pessoa consome pornografia e sim às mudanças químicas e estruturais que a pornografia causa no cérebro dessa pessoa.

Nesse sentido, para diagnosticar alguém viciado em pornografia nós sempre adotamos os critérios da Associação Americana de Psiquiatria e da Organização Mundial de Saúde para vícios. Esses critérios consistem em avaliar 7 sintomatologias básicas. São elas:

Tolerância e Escalada (quando a pessoa avança para gêneros cada vez mais extremos de pornografia);

Sintomas de abstinência (quando ao tentar parar de usar ela começa a apresentar sinais físicos e emocionais de abstinência);

Dificuldade de controlar o uso (a pessoa não consegue parar de usar, mesmo que queira);

Consequências negativas na vida da pessoa (a pessoa continua a usar apesar de ter percebido consequências negativas no seu humor, autoestima, saúde ou trabalho);

Negligência e procrastinação (a pessoa reduz atividades sociais, recreativas ou de trabalho por causa do uso de pornografia);

Perda de tempo e de energia e Tentativas malsucedidas para parar (quando a pessoa gasta uma quantidade significativa de tempo procurando, escondendo, planejando, se recuperando do uso de pornografia ou criando esquemas para evitar ser pego).

Uma pessoa que apresente ao menos 3 dessas características para o consumo de pornografia é considerada viciada.

Em nossa página nós temos um teste online rápido que pode ser realizado por qualquer pessoa com suspeita de ter desenvolvido vício em pornografia. O teste leva menos de 2 minutos para ser realizado.

Link do teste: https://vicioempornografiacomoparar.com/teste-de-vicio-em-pornografia

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Pergunta: De que forma a pornografia pode influenciar, por exemplo, no surgimento do sintoma de depressão no usuário?

 Rafael Rossi: Se você fizer uma busca rápida na seção de pesquisas do nosso site irá encontrar mais de 10 resultados para depressão. Ou seja, 10 estudos que associaram diretamente o diagnóstico de depressão ao consumo de pornografia.

O que precisa ficar claro é que a depressão não é necessariamente causada pelo consumo de pornografia, já que existem vários fatores para isso. No entanto, existe sim a depressão induzida pela pornografia e ela pode existir em comorbidade ou até se confundir com um caso de depressão normal.

Uma hipótese plausível para isso é que os efeitos da tolerância causados pelo vício e os sintomas de abstinência oriundos da tentativa de parar com ele, podem acabar espelhando um quadro sintomatológico de depressão.

Neste caso, se ela for induzida pela pornografia e a pessoa continuar consumindo pornografia o seu quadro se manterá. Daí a importância de se fazer um diagnóstico diferencial para verificar se é ou não depressão induzida pelo vício ou apenas uma condição originada por outros fatores.

 

Pergunta: O tratamento para o vício em pornografia é fundamental para a cura de disfunção erétil?

 Rafael Rossi: Caso a disfunção erétil da pessoa seja induzida pela pornografia, o tratamento do vício não é só fundamental, como também a única solução para o problema.

Isso porque se a pessoa adquiriu disfunção erétil induzida pela pornografia e continuar consumindo pornografia nenhum outro tratamento será eficaz, uma vez que ela continuará alimentando as vias do seu cérebro que estão causando a dessensibilização, que é justamente o que impede a ereção e o problema continuará.

Uma vez que o processo inicial de ereção ocorre no cérebro e não necessariamente no pênis é importante ficar claro que o problema de uma pessoa com disfunção erétil induzida pela pornografia está no seu cérebro e não no seu pênis e é isso que deve ser tratado.

Em nosso site nós também temos um teste que ajuda a pessoa a discriminar se a sua disfunção erétil é física, psicológica ou então induzida pela pornografia.

Link do teste: https://vicioempornografiacomoparar.com/teste-de-disfuncao-eretil

 

Pergunta: E além da disfunção erétil, quais outros problemas podem estar associados com o consumo de pornografia?

 Rafael Rossi: Recentes estudos (de 2016 para cá) demonstram que o consumo de pornografia está diretamente associado a: disfunções sexuais, menor excitação e menor satisfação sexual e menor satisfação nos relacionamentos, sintomas de escalada, habituação e tolerância (dependência), queda na atratividade sexual, problemas de desempenho sexual, dificuldade orgástica, disfunção erétil, efeitos negativos sobre o sexo com um parceiro (a) real, preferência pelo uso de Pornografia da Internet em vez de sexo com uma parceira (o) real para alcançar e manter a excitação sexual, indução de atitudes violentas contra às mulheres, entre outros.

Link para os estudos: https://vicioempornografiacomoparar.com/pesquisas

 

Pergunta: E como saber se esses sintomas foram mesmo induzidos pela pornografia e não por algum outro problema?

 Rafael Rossi: Através de duas fontes de verificação. A primeira e mais prática é comparar o antes e o depois do paciente.

Por exemplo: é bastante comum que depois de remover a variável pornografia da vida dessas pessoas por um período razoável de tempo, todos esses sintomas sumam e elas comecem a relatar uma série de benefícios não esperados.

Alguns exemplos de benefícios relatados: maior socialização, muito mais tempo livre, interesse pela natureza e pelas coisas simples da vida, amor pelos meus semelhantes e disposição em ajudar, mais foco e concentração, assim como melhorias na aparência e melhor desempenho no trabalho e tarefas do dia-dia, melhor relacionamento com o sexo oposto, às vezes até excesso de energia e um gozo espontâneo pela vida, sem precisar fazer nada para se forçar a sentir isso. E é claro, obviamente a reversão completa da disfunção erétil, da ejaculação retardada e dos demais sintomas induzidos.

A segunda fonte de verificação é o diagnóstico diferencial e também a comprovação da existência do sintoma por meio de alguma pesquisa cientifica.

Atualmente já existem mais de 200 estudos que avaliaram o funcionamento e a estrutura do cérebro de usuários de Pornografia da Internet, muitos dos quais associam diretamente o uso de pornografia da internet a cada um dos sintomas que acabei de citar.

Em nosso site temos um banco de dados atualizado e gratuito com cada um deste estudos para quem quiser consultar.

Link para as pesquisas: https://vicioempornografiacomoparar.com/pesquisas

 

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Pergunta: De que forma a terapia sexual pode ajudar um viciado em pornografia?

 Rafael Rossi: Ela pode ajudar muito quando o quadro de vício em pornografia realmente é admitido pelo terapeuta como a condição real do paciente e não confundido com outros diagnósticos.

Infelizmente o que tem ocorrido na prática hoje é que muitos terapeutas ainda ignoram ou então negam completamente a existência deste fenômeno.

Por exemplo, é bastante comum, eu receber e-mails de pessoas se queixando de seus terapeutas, afirmando que ao relatarem problemas induzidos pela pornografia, seus médicos não apenas negam a existência desta condição, como têm recomendado o próprio consumo de pornografia como tratamento para as suas disfunções sexuais.

E isso é bastante grave na medida em que um tratamento inadequado pode expor o paciente a inúmeros prejuízos, alguns deles irreversíveis, tais como o aprofundamento dos sintomas induzidos pela pornografia, as intervenções cirúrgicas influenciadas pelo consumo de pornografia e a exposição ao sexo de risco, por exemplo.

Apesar do negacionismo estar diminuindo cada vez mais com a conscientização e atualização dos profissionais, esse tipo de situação infelizmente ainda é muito comum.

 

Pergunta: E ao que você atribui esse fenômeno? Ou seja, o fato de alguns terapeutas ainda serem negacionistas do vício?

Rafael Rossi: E eu atribuo isso à vários fatores. Em primeiro lugar, o fato de que a solução para o problema o vício em pornografia ter partido das neurociências e ser resultado direto dos estudos dessa, muitas vezes conduzidos por cientistas de fora das áreas de especialização desses especialistas, como o principal motivo dessa negação.

Em segundo lugar o fato de que o ato de consumir pornografia ainda não ser muito bem discriminado do ato de se masturbar por muitos desses terapeutas (essa discriminação é fundamental para entender o funcionamento do vício de um ponto de vista neuroquímico).

Soma-se a isso o fato de que o conceito de vício em pornografia ainda ser algo relativamente novo, tendo relação direta com o surgimento da internet de alta velocidade, em oposição aos conteúdos estáticos que havia antigamente e de a maioria desses profissionais terem se formado antes da sua existência desse fenômeno, muitos deles apegados unicamente aos estudos de Alfred Kynsey e de Masters Johnson da década de 60 do século passado, que basicamente defendiam que a masturbação era saudável e recomendada para a vida sexual das pessoas e também o fato de muitos desses profissionais terem passado suas carreiras inteiras defendendo e recomendando o uso de masturbação e pornografia de forma terapêutica.

Só que estamos diante de um fenômeno novo e totalmente diferente hoje em dia, que não tem nada a ver com a pornografia do passado, do qual muitos desses profissionais não fazem a menor ideia do que se trata.

 

Pergunta: Você acha que esse quadro irá mudar no futuro?

Rafael Rossi: Sim e ele já está mudando, pois isso é inevitável. Quanto mais relatos e pesquisas surgirem e quanto mais pessoas viciadas em pornografia baterem na porta dos consultórios desses profissionais, mais difícil será para eles negarem essa condição.

 

Pergunta: E o que você sugere que seja feito para acelerar essa mudança?

Rafael Rossi: Sugiro que façamos o que nós já estamos fazendo. Ou seja, difundindo essas pesquisas e informações, conversando, debatendo e trazendo informações de qualidade para que esse fenômeno possa ser cada vez mais estudado e debatido, principalmente entre os profissionais da saúde.

 

Pergunta: E o que fazer no caso das pessoas que mesmo com acesso à essas informações ainda ignoram esse fenômeno ou desejam continuar a consumir pornografia?

 Rafael Rossi: Neste caso, eu não recomendo fazer nada. Quando a razão falha, não há outro caminho senão a experiência. Quando alguém nega o vício, subestima a sua extensão ou defende abertamente o consumo de pornografia como algo “recomendável, saudável e maravilhoso”, à despeito das milhares de evidências contrárias a isso, o meu conselho é que a pessoa consuma pornografia e veja por si mesma os resultados dessa experiencia.

Quem sabe aí, exista alguma esperança para ela. Quanto a mim, eu tenho um trabalho a fazer com as pessoas que já estão conscientes do vício e que estão desesperadamente procurando por ajuda e não posso me dar ao luxo de perder tempo com o capricho e a teimosia daqueles que ainda duvidam dessa condição e das suas consequências.

O tempo gasto dando atenção para alguém que não deseja checar as evidências, mas apenas preservar o seu ponto de vista, é o mesmo tempo que eu poderia estar ajudando verdadeiramente alguém que realmente está precisando de ajuda. E eu não posso me dar ao luxo de desperdiça-lo desta forma.

 

Pergunta: E quais os passos para o tratamento do vício em pornografia?

Rafael Rossi: O primeiro passo é parar com todo o consumo de pornografia e seus potenciais gatilhos, como sites de acompanhantes, chats, fotos de biquinis, nudismo, etc. Em suma, remover a variável “pornografia” e todos os seus derivados da vida de uma pessoa diagnosticada com essa condição.

Estudos em plasticidade cerebral demonstram que o nosso cérebro pode reverter a maioria dos sintomas negativos induzidos pela pornografia e voltar as suas funções originais de fábrica, digamos, em um período razoável de tempo. Isso é chamado de reboot e esse é o principal tratamento existente hoje para parar com o vício em pornografia.

O segundo passo seria a pessoa começar a religar o seu cérebro a atividades normais, tais como sexo real com uma pessoa real, mais focado em toques, intimidade e contato do que em fantasias. Em suma, recuperar esse vínculo que foi enfraquecido pela pornografia, assim como procurar realizar atividades que gerem dopamina para o seu cérebro. Isso tudo acelera o tratamento.

Por fim, trabalhar as crenças que a pessoa tem sobre o que a impede de parar com o vício. É normal por exemplo as pessoas acreditarem que “precisam de pornografia”, “que ela faz bem para a sua vida sexual”, ou “que a causa de seu vício supostamente seriam alguns traumas que a pessoa teve na infância” ou “experiências ruins relacionadas a sua sexualidade”, etc.

Tudo isso é válido, mas em geral esse tipo de hipótese está fundamentada no senso comum e em conceitos psicanalíticos ultrapassados e românticos, que apenas sabotam e afastam a pessoa do tratamento que consiste em simplesmente remover a variável pornografia por um período mínimo de tempo e observar os resultados.

 

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Pergunta: A maioria dos pacientes diagnosticados com o vício em pornografia são homens?

Rafael Rossi: Sim. No entanto, é crescente o número de mulheres que estão nos procurando.

 

Pergunta: Ao que você atribui esse fenômeno?

Rafael Rossi: Atribuo esse movimento a algo muito parecido com o que ocorreu com os técnicos de informática há alguns anos atrás. Por exemplo, na década passada era muito comum que os pioneiros a perceberem as consequências causadas pelo consumo de pornografia fossem técnicos de informática ou pessoas ligadas a tecnologia que começaram a consumir a pornografia da internet de alta velocidade antes dos outros.

Isso ocorreu porque muitos dos sintomas induzidos pela pornografia demoram anos, às vezes décadas, para a aparecem, logo as pessoas que tiveram contato primeiro com este material, foram as primeiras a relatem problemas.

Depois, essas pessoas foram seguidas pelos homens comuns e agora finalmente pelas mulheres, que tem aparecido com força total.

 

Pergunta: Que efeitos esse vício causa nas namoradas e esposas de uma pessoa viciada (e vice versa)?

Rafael Rossi: Pela nossa experiência clínica e pelos relatos que temos em nosso site, é comum as namoradas e esposas de pessoas viciadas se sentirem traídas, com baixa autoestima e desenvolvam emoções como de vergonha, raiva, pânico, ansiedade, entre outras, ao descobrirem o vício do marido.

Nestes casos, o que nós recomendamos é que a esposa ou namorada de alguém viciado em pornografia busque apoio psicológico, pois tratam-se de dois problemas diferentes, o vício do marido e a relação dela com o vício do marido.

Misturar os dois é inadequado e o resultado geralmente é a piora dos problemas da esposa ou namorada e também a piora do vício do marido.

Apesar da esposa poder ser útil no tratamento dele em alguns aspectos, em geral não cabe a ela se transformar em terapeuta dele, tão pouco de exigir que ele pare por culpa, medo ou qualquer tipo de pressão, uma vez que isso é uma estratégia não funcional.

Por outro lado, ela também não deve se submeter a um relacionamento no qual o namorado ou marido não procura ajuda para lidar com o problema, finge que ele não existe ou ignora que isso afete negativamente o relacionamento e a ambos, pois a demora para reconhecer este problema ou buscar tratamento pode prejudicar bastante a esposa no longo prazo.

Por isso é fundamental que ela busque ajuda o quanto antes. E o mesmo conselho vale para o caso de um homem que tenha uma namorada ou esposa viciada.

 

Pergunta: De que forma essa nova pornografia da internet, que está disponível em todo lugar, 24 horas por dia e em quantidades ilimitadas, pode estar influenciando as nossas vidas de uma maneira geral?

Rafael Rossi: De todas as formas possíveis e imagináveis. Quando me perguntam sobre isso, sempre faço questão de citar a Dra. Gail Dines, professora de sociologia e estudos femininos. Sobre essa influência da pornografia em nossa sociedade contemporânea, ela escreveu:

“Concordamos que a indústria de alimentos molda a maneira que comemos, que a indústria da moda molda a maneira que nos vestimos, então como é possível que a indústria do sexo seja única que não molda o comportamento humano? Se a indústria pornográfica não molda a maneira como nos comportamos então tudo que sabemos sobre sociologia e psicologia está errado.”

 

Pergunta: Qual você acha que vai ser o cenário para essa situação daqui a 10 anos? O vício tende a aumentar ou diminuir?

 Rafael Rossi: Olha, há exatos 06 anos atrás, quando criamos o site, eu costumava dizer para os membros do fórum e para as pessoas da nossa comunidade que iria levar ao menos 10 anos ainda para o vício ser um consenso acadêmico e cientifico e pelo menos uns 5 anos a mais para ele se popularizar na internet.

E de certa forma, a minha previsão está se confirmando, uma vez que só agora depois de 6 anos é que o conceito de vício em pornografia está sendo amplamente difundido na internet e apesar de atualmente já existirem mais de 200 pesquisas sobre o tema (em 2014 eram menos de 20) a academia e muitos profissionais da área ainda estão resistentes em adotar o vício em pornografia como uma condição.

E isso é normal e até esperado. O mesmo aconteceu com o cigarro há 50 anos atrás. Na época, apesar das inúmeras pesquisas que apontavam o cigarro como a causa direta para o câncer e outras inúmeras doenças que sabemos que ele causa atualmente, a comunidade médica e científica demorou quase meio século para admitir seus malefícios e começar a tratar o tabagismo com um problema de saúde pública.

Com a pornografia, graças ao poder da internet, esse processo está sendo um pouco mais ágil.

No ano passado, por exemplo, o senado do Arizona nos EUA aprovou um projeto de lei que classifica a pornografia como “um problema de saúde púbica” e o Reino Unido está seguindo o mesmo caminho ao forçar os provedores de internet a bloquearem conteúdos pornográficos diretamente no servidor.

De qualquer forma, apesar dessas iniciativas, esse processo não será instantâneo, então a tendência é que o vício continue aumentando por algum tempo.

 

Pergunta: Por fim, o que você diria para alguém que esteja viciado neste momento e que está desesperadamente procurando ajuda?

 Rafael Rossi: Eu diria para ele estudar a sua condição, ler as pesquisas científicas e os materiais já disponíveis, as histórias de sucesso de quem já passou por isso e aderir ao tratamento o quanto antes, seja através do nosso site ou então através da ajuda de algum especialista de sua confiança que esteja ciente da existência do vício.

Diria também para ter esperança (espera com confiança) após aderir ao tratamento e principalmente diria para ele se perdoar por sua condição, uma vez que ela não é e nunca foi sua culpa num sentido ético ou moral e sim o resultado de um fenômeno evolutivo não previsto pela natureza,  fenômeno que não possui relação alguma com o caráter ou a idoneidade de uma pessoa, apesar de que agora que ele já sabe do que se trata, é responsabilidade dele colocar em prática tudo o que ele aprendeu e ficar livre do vício.

 

Pergunta: Parabéns pelo lindo trabalho Rafael e muito obrigado por nos conceder essa entrevista!

 Rafael Rossi: Obrigado você!

 

Para saber mais:

Site Vicio em Pornografia Como Parar

www.vicioempornografiacomoparar.com

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